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14/3/2014 - Indaiatuba - SP

70 pessoas participam de palestra sobre violência doméstica promovido pelo CMDM




da assessoria de imprensa da Prefeitura de Indaiatuba

O Conselho Municipal dos Direitos da Mulher promoveu na quarta-feira (12) palestra sobre Violência Doméstica com o tema “Percepções sobre a Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher” com a palestrante Elisangela Pereira de Queiros Mazuelos. A palestra contou com as presenças do vice-prefeito, Antônio Carlos Pinheiro (PTB), que representou o prefeito Reinaldo Nogueira (PMDB), o secretário Municipal da Família e do Bem Estar Social, Luiz Henrique Furlan; da Presidente do CMDM, Maria Aparecida de Souza Gonçalves Pinto; a delegada titular da DDM-Indaiatuba, Fernanda H. Matoso; a presidente do Funssol, Enides Nogueira Lopes Cruz e a o controlador Geral do Município, Admar Martini.

O secretário Luiz Henrique Furlan destacou que o tema é delicado. “Temos que insistir na discussão deste assunto com palestras e debates para diminuirmos os casos de violência doméstica. É inadmissível que a mulher que a coluna dorsal da família seja vítima da violência doméstica”, acredita.

A presidente do CMDM, Maria Aparecida Souza Gonçalves Pinto explicou que há vinte anos trabalha na DDM Indaiatuba e todos os dias chegam queixas e a formação do Conselho da Mulher veio colaborar com o trabalho para alertar e diminuir os casos de violência contra a mulher. “Precisamos mudar a nossa sociedade e ressaltar que as mulheres não devem ser agredidas e também entender melhor porque este tipo de violência acontece”, comenta.

O vice-prefeito Dr. Antônio Carlos Pinheiro destacou que Indaiatuba tem a preocupação com o tema e busca informar e combater a violência doméstica.

PALESTRA

A palestrante Elisângela Pereira de Queiros Mazuelos é Terapeuta de Família, Bacharel em Serviço Social, com Especialização em Famílias - 2002 pela Universidade Cruzeiro do Sul, especialização em Serviço Social no campo sócio-jurídico PUC/SP, mestre em Serviço Social - 2009 - PUC/SP.

Elisângela acredita que o meio animal se defende para comer e demarcar território. As relações violentas causam comportamentos semelhantes. Ela citou a filósofa francesa Simone de Beauvour que destacou o processo de transformação em homens e mulheres é constituído pela sociedade, que define como vai ser o masculino e o feminino na vida social.

A palestrante explicou que o assunto violência doméstica começou a ser debatido nas últimas três décadas e no Brasil ganhou força há oito anos com Lei Maria da Penha.

Segundo a palestrante, a violência é um fenômeno universal, atingem todas as classes sociais, etnias, religiosas e culturais. Em uma pesquisa recente revelou que 70% das mulheres sofrem violência, 85% informaram que não denunciam por vergonha e medo. Aquelas que denunciam 85% correm mais risco de ser assassinadas.

No Brasil a cada quatro minutos uma mulher é morta, 53,9% são mortas por armas de fogo, 26% por objetos cortantes e 6,2% por estrangulamento.

PESQUISAS

Uma pesquisa divulgada pelo Instituto Patrícia Galvão em 2013 revela forte preocupação da sociedade com a violência doméstica e os assassinatos de mulheres por parceiros ou ex. As brasileiras sofrem mais violência dentro de casa do que em espaços públicos, metade avalia ainda que as mulheres se sentem de fato mais inseguras dentro da própria casa. A pesquisa revelou que 70% das mulheres sofrem violência, 85% informaram que não denunciam por vergonha e medo.

Os dados revelam que o problema está presente no cotidiano da maior parte dos brasileiros: entre os entrevistados, de ambos os sexos e todas as classes sociais, 54% conhecem uma mulher que já foi agredida por um parceiro e 56% conhecem um homem que já agrediu uma parceira. E 69% afirmaram acreditar que a violência contra a mulher não ocorre apenas em famílias pobres.

Apesar da legislação ser massivamente conhecida, as respostas apresentadas pelo Estado ainda dividem opiniões. Embora 57% acreditem que a punição dos assassinos das parceiras é maior hoje do que no passado, metade da população considera que a forma como a Justiça pune não reduz a violência contra a mulher. O medo da denúncia também se mostrou bastante presente: 85% dos entrevistados acham que as mulheres que denunciam seus parceiros correm mais riscos de serem assassinadas.

O silêncio, porém, também não é apontado como um caminho seguro: para 92%, quando as agressões contra a esposa/companheira ocorrem com frequência, podem terminar em assassinato. O fim do relacionamento é visto como momento de maior risco à vida da mulher.

A pesquisa Percepção da sociedade sobre violência e assassinato de mulheres, foi divulgada em agosto de 2013, com 1.501 entrevistas com homens e mulheres maiores de 18 anos, em 100 municípios de todas as regiões do país. Realizado pelo Data Popular e o Instituto Patrícia Galvão, esse estudo inédito contou com o apoio da Secretaria de Políticas para as Mulheres da Presidência da República e da Campanha Compromisso e Atitude pela Lei Maria da Penha - uma parceria entre os poderes Executivo e Judiciário para efetivar a implementação da Lei nº 11.340/2006 e dar celeridade aos julgamentos dos casos de assassinatos de mulheres.

Saúde Mental

Para a palestrante a Saúde precisa trabalhar em conjunto com outras esferas de governo, pois a mulher procura o serviço com múltiplas queixas, como dor de baixo ventre, dor crônica, insônia e tentativas de suicídio e não vai relatar que sofre violência doméstica.

O Estado do Brasil que mais registra casos de violência doméstica é o Espírito Santos e o último do ranking é o Estado do Piauí, que realiza um trabalho forte de prevenção com a polícia articulada com a justiça. Enquanto o Espírito Santo inaugurou recentemente a primeira Delegacia do País para resolver casos de assassinatos de mulheres no Estado, devido ao grande número casos no Estado.

Na opinião da palestrante, o agressor deve ser e precisa ser tratado. “Nós precisamos encontrar e buscar mecanismo para tratá-lo. Vivemos em uma cultura com homens e mulheres machistas, herança de nossa colonização portuguesa. Vivemos em uma sociedade com relacionamentos rápidos e na grande maioria dos casos termina em violência doméstica. Em um País com economia cara temos que trabalhar e conscientizar homens e mulheres das obrigações para que não haja conflitos futuros”.

A palestrante informou que já existe um estudo para cobrar do agressor os gastos com a vítima da violência. Nos casos de gastos com a Saúde e Previdência Social. O Brasil gasta 1,9 % d PIB (Produto Interno Bruto) todas as riquezas produzidas pelo país, com violência doméstica.

MARIA DA PENHA

Maria da Penha Fernandes levou um tiro de seu marido enquanto dormia. Ficou tetraplégica. Depois disso foi mantida presa em casa e sofreu novas formas de tortura e choque elétrico. Seu companheiro saiu sem condenação. Com sua coragem e apoio de várias instituições, buscou ajuda em cortes internacionais. Maria escreveu um livro ‘Sobrevevi posso contar’ e o Brasil foi condenada pela corte internacional de direitos humanos e assim a foi criado a lei 11.340 que cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher.



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